sábado, 31 de dezembro de 2011

Mais poesia


Um pouco de poesia e linguagem


Antes do nome

Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me
apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
(Poema de Adélia Prado)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011, o ano jaca!


Em 2011 troquei o salto alto pela botina. Acho que EPIs foram bastante bem vindos, já que sempre fui um risco ambulante.

No início do segundo semestre, minutos antes de uma coletiva do governador com o Eike Batista (para cuja empresa eu fazia assessoria), eu literalmente caí do salto, no meio da rua. Segurei e tremedeira, respirei fundo, e fui cumprir meu trabalho com o padrão de qualidade que ele merece. O salto era esse da foto, e até hoje está no canto do armário.

Esse tombo não foi o único momento jaca do ano. Caí outras vezes, feio, mas não no sentido literal. Em todos eles eu respirei fundo e segui, mas tive de ficar bem mais cautelosa.

A vantagem de ter um ano jaca é que a  gente sabe bem onde está o chão, aprende a usar EPI!!! E sabe que depois de cavar fundo, a gente fica bem perto de achar água limpa!!!!

E que venha 2012, com muita água mineral!!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ano velho

2011 foi um ano difícil. Denso, tenso, difícil demais.

Além disso, entra pra história como o ano em que o maridão virou doutor, que João Sallit veio alegrar o mundo (e o meu coração), e pequena lindamente cresceu e encantou mais.
Ainda é cedo para dizer, mas talvez a lição desse coelho foi, como diz a letra da Marisa Monte, "que vai chover quando o sol se cansar para que flores não faltem".

E que venha 2012, com a certeza de que a vida quer dar certo!




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Que descolorirá


E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Emprego novo

Segunda-feira começo no emprego novo.
Estranho voltar a ter crachá, chefe e plano de metas.
Mais estranho ainda - mas essa parte é só boa - é ter salário, tíquete, 13o, etc e tal.
Dei aulas na faculdade do início de 2006 ao final de 2009, mas vida de professora não é tão proletariado assim.
Meu último (e único) emprego mesmo, desses cheio de burocracia, foi na redação, trabalhando como repórter, mas acabou em janeiro de 2006. Saí principalmente porque não aguentava as péssimas condições trabalhistas.
Desde 2006 trabalho como prestadora de serviço, felizmente sempre pulando de um projeto a outro. Anos felizes, de novos desafios constantes, uma boa flexibilidade no horário e uma montanha russa nas finanças.
Agora, cinco anos e onze meses depois, volto a ter crachá, uniforme, líder, uma instituição para me dedicar, uma marca para defender. Tenho que me enquadrar de novo em regras alheias, e isso, neste momento, me parece mesmo muito estranho.
Aqui no peito bate uma felicidade tímida, tão diferente daquela que me encharcou quando consegui o primeiro emprego, justamente o jornal, que mudaria para sempre toda a minha vida.
Agora, 10 anos depois, a sensação é de escolha certa, é de paz, mas com menos euforia. Talvez com mais maturidade.