domingo, 30 de janeiro de 2011

Panela de pressão

Eu na segunda semana de uma dieta rigorosa, maridão fazendo a tese e pequena sem bico há 24 horas. #serialkillerfeelings

sábado, 29 de janeiro de 2011

Fim do bico

Hoje pequena trocou o bico por uma boneca numa loja de brinquedos. A conversa sobre esse dia vinha acontecendo há meses, e há algum tempo ela começou a concordar com a ideia. Hoje estávamos no shopping, perguntamos se ela queria comprar um brinquedo com o bico - sabendo que seria uma troca definitiva - e ela concordou. Saiu pela loja procurando o brinquedo.

Torci para que fosse como aconteceu com o filho de uma prima, que escolheu um brinquedo de R$18, mas não tivemos essa sorte. Pequena escolheu uma boneca de R$150, batizada de Bibi. No momento em que entregou o bico para a vendedora, senti que quis titubear, mas incentivamos e a troca foi feita. Confesso que por um segundo quase chorei, por ver que aquele ato traria consequências e que ela estava diante de um passo de crescimento.

Imagino que teremos algumas noites longas, mas era preciso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade

- Mamãe, a chichiu (apelido carinhoso da Volúpia) foi morar no céu e eu estou com saudade dela.
Respirei fundo, segurei para não chorar e tentei compreender a grande interrogação misturada com afeto nos sentimentos da pequena.
- Eu também, meu amor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Paraíso


Dez dias em Pipa com maridão, pequena, minha mãe e o namorado, meu irmão e afamília, e me sinto pronta para o mundo outra vez. Também, com essa paisagem da varanda, não havia como ser diferente!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Olhos de menino

Os olhos eram negros e diziam muito. Muito mais que os lábios do menino. Era o 11º de 14 irmãos. A mãe carregava no ventre mais dois rebentos. Moravam no sertão nordestino, vizinhos da seca, filhos da miséria. Os olhos falavam da fome ao mesmo tempo em que apresentavam a curiosidade do menino.

A rotina da família às vezes era quebrada pela visita do padre. O jesuíta levava palavras bonitas que de alguma forma confortavam a mãe, orientavam o pai e enchiam de histórias os olhos do menino.

Um dia o menino dos olhos bateu à porta do padre. Levava nas mãos um presente: um preá caçado por ele. Os irmãos conseguiram mais um, que seria a janta da família e aquele, o mais graúdo, era para o padre. Era a forma de dizer que gostava da sua presença. O padre sabia disso e sabia da importância do gesto. Havia visto tudo nos olhos do menino.

Mas os olhos do padre viram o preá. Ele argumentou que não podia aceitar o presente, pois eram muitos para comer na casa do menino. Argumentou, disfarçou, mudou de assunto. Os olhos do menino estavam fixos. O padre entrou em casa, se voltou para os afazeres. Quando voltou à porta, os olhos estavam baixos e, mais embaixo, o preá.

- Eu só volto para casa quando o senhor aceitar o meu presente.

A sabedoria do padre, que fazia com que as palavras tocassem as pessoas, vinha de uma história de vida que começara no amor da família, também do sertão, e passara por muitos livros, por estudo no exterior, por debates com outros humanistas. O padre estava ali para compartilhar o conhecimento e aprender com os moradores, com as tradições, com as histórias regadas pela miséria. Estava ali para aprender o que não estava em nenhum livro.

- Obrigado, meu filho.

O padre pegou o preá, disfarçando o asco que a caça lhe provocava, e entregou ao menino um saco de feijão, como agradecimento. Os olhos do menino sorriram e ele voltou para casa feliz, correndo, como costumam fazer os meninos.

Em casa, o padre olhou para o roedor e viu toda a sua sabedoria ameaçada. Por mais que se esforçasse, tudo o que via em suas mãos era aquele primo pouco distante dos ratos, e não podia conceber a idéia de comer algo tão asqueroso. Chamou os colegas e os quatro jesuítas se reuniram na cozinha, diante do inesperado presente.

- Joga fora.

- Devolve para a mãe.

Não dava mais tempo. O preá estava dentro da casa. A miséria e a doçura haviam invadido os livros e confundido os escritos. Os olhos do menino estavam cravados no coração de cada um deles.

- Amanhã, vamos comer o preá.

E comeram. Bem temperado, com farinha. O gosto nenhum deles sabe dizer como é. Um sabor insosso. Difícil de engolir.

Adeus, Volúpia!

Há uma semana estou na praia. Essa noite, sonhei com a Volúpia, minha cadela cocker de 15 anos. Ela corria pela praia, feliz, livre da fraqueza que o tumor na mama trouxe nos últimos meses. Acordei pensando nela, mas com uma sensação de que estava bem.

Bem cedo meu pai ligou (ela estava na casa dele) dizendo que Volupanda morreu esta noite, deitadinha na cama. Morreu velhinha, depois de uma vida bem vivida e de compartilhar comigo uma história de amor.

Descansa, minha preta.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Aviso aos motoristas

No dia 23 de dezembro, lá ia eu pela Savassi, no carro do maridão. Na rua Sergipe, em frente ao Redentor, enquanto eu virava à direita um carro forte bateu na minha lateral traseira. Um homem gentil desceu, fez cara de "ai" quando viu o meu parachoque no chão e a listra amarela na minha lateral, e disse que não poderia fazer o BO naquele momento porque estava com o carro cheio. Argumentei que poderia esperar para ir com ele na hora na marcada, mas disse que era impossível. Aí fui sozinha.

Quando cheguei ao posto da civil no Detran, o distinto senhor já havia feito a ocorrência, alegando que estava parado e que eu, com meus super poderes especiais, bati a minha traseira na dianteira dele enquanto andava para a frente.

Liguei para a Prosegur e eles disseram que entrariam em contato com a seguradora deles. Maridão foi lá conversar e disseram, com todas as letras, que a seguradora decidiria quem era o responsável e quem se sentisse lesado que entrasse na Justiça. Dois dias depois ligaram, lamentando, pois a seguradora não pagaria o dano. Cara de pau não tem limites.

Ainda este mês entro na Justiça.

Aprendizados:
1. Nunca confie em motoristas de carros institucionais
2. Sempre fotografe a batida
3. Agarre na marra uma testemunha (ninguém se oferece)

Inaugurando


Inaugurando o ano e a máquina nova.

Primeiro vale o registro do estresse que foi comprar a maquininha. Achei um site na internet com bom preço e nenhuma reclamação nos sites especializados. Mas o nome era de matar: Detonashop com uma bomba no desenho da logo. Comprei porque era via sedex a cobrar e não tinha que dar nenhum número de cartão ou algo parecido e pagar no Correio, em cash, quando o produto chegasse. Confesso que foram minutos muitos tensos entre o aviso de chegada do correio e a abertura do pacote. E se for um cacho de bananas?!?! Mas felizmente era a máquina, inteira, nova, e até com garantia.

Agora estou redescobrindo o gosto pela fotografia. Amo brincar com formas e luzes.