segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ponto pro Bradesco

Cheguei na agência, pronta para disparar a minha metralhadora chega de raiva.
Fui rapidamente atendida.
Rapidamente encaminhada para o gerente.
O gerente logo identificou um erro interno num (não) encerramento de uma conta em 2006.
Resolveu tudo na hora.
Saí em menos de uma hora.
:)

Hoje é dia de Maria

Sábado pela manhã, recebi o telefonema de uma empresa de cobrança, dizendo que querem negociar comigo a minha dívida com o Bradesco porque estourei o cheque especial.
- Cuma? Estourei o cheque especial? Mas nem tenho conta nesse banco!
- Senhora, consta aqui que a senhora fez compras dos valores tais, tais e tais (sendo o último R$2600,00) nos últimos dias.
- EU NÃO TENHO CONTA NESSE BANCO!
- Então a senhora precisa comparecer na agência urgentemente para resolver o seu problema.
- Eu não tenho problemas, minha filha. Alguém está roubando o banco e não tenho nada com isso.
- Sim, senhora, mas isso pode trazer problemas para a senhora.

Enfim, hoje é dia de Maria. Dia de perder serviço, esperar numa fila, provar para o gerente que aquela com todos os meus dados não sou eu. Dia de controlar o desejo de pegar uma metralhadora e disparar na porta da agência. Dia de sorrir amarelo e ouvir várias vezes "claro, senhora!". Dia ainda de ir na delegacia fazer um BO, e de ligar no Banco Central para fazer uma reclamação (essa parte eu gosto!).

Continua...

sábado, 28 de julho de 2012

Declaração de amor

Amo música. Amo o Chico.
Agora vamos aos mortais.
Ouvi Jorge Drexler pela primeira vez num avião da TAM, de Brasília para BH. Fiquei perplexa! O álbum era Eco, que tem a música lançou o nome desse uruguaio charmoso depois de sua música "El otro lado del río" ganhar o Oscar de melhor trilha sonora por Diários de Motocicleta.
Hay más. Drexler sabe falar de coisas tão cotidianas, dando a elas um toque especial.


"Zapato que en unas horas
Buscaré bajo tu cama
Con las luces de la aurora,
Junto a tus sandalias planas
Que compraste aquella vez
En salvador de bahía,
Donde a otro diste el amor
Que hoy yo te devolvería"


Na minha vida, ele deixa um rastro de magia. Um pouco de noctilucas.


"Tenía la edad aquella en que la certeza caduca,
Y de pronto al mirar el mar vi que el mar brillaba con un brillar de noctilucas.
Algo de aquel asombro debió anunciarme que llegarías,
Pues yo desde mis escombros al igual que el mar sentí que fosforecía.
Supe sin entenderlo de tu alegría anticipada,
Un dia entenderás que habla de ti esta canción encandilada."


E uma crença incurável de que a vida se faz no milagre cotidiano.


Dos paseantes distraídos
Han conseguido que el reloj de arena de la pena pare,
Que se despedace.
Y seguir que el rumbo que el viento trace. (mais)






terça-feira, 24 de julho de 2012

O administrador público

Administrador público - função que tem até curso de formação.
Entendo que administrador público é aquele que administra a cidade para o público.


Mas qual público?
Todos!
Como assim todos? Também os mendigos, os preguiçosos, os vândalos? E as pessoas de bem? A cidade tem de ser governada pensando no bom cidadão. Daqui a pouco a cidade vai ser administrada para putas, travestis, pervertidos. Não basta a moda de incluir pretos e gays?

Por mais absurdo que pareça, às vezes tenho a sensação de que essa conversa vai acontecer na minha frente, qualquer dia, nas ruas de BH.

sábado, 21 de julho de 2012

Escolhas, tradições e cada um cada um

Tenho andado muito atenta às questões que envolvem escolhas e tradições, rupturas e reestruturações, sobretudo quando o assunto é a vida das mulheres. Na TV está a nova Gabriela, no Face aparece de um tudo, o Xico Sá nos presenteia com essa crônica sobre a mulher mineira, e o 7x7 reflete sobre a possibilidade de escolhas.
Eu, que sou fruto de uma família tradicional e outra transgressora, fico observando os movimentos e sou convicta de que não existe caminho mais fácil, nem caminho que seja só uma coisa. Há algo mais transgressor atualmente que ser tradicional? Eu não conseguiria tanta transgressão...
Temos um discurso de que tudo pode. Mas convivemos com o racismo, a homofobia e o machismo.
Somos um país laico. Mas ainda vejo olhares estranhos quando declaro ser umbandista.
Educamos a pequena acreditando estar estruturando pilares livres e humanistas. E ela diz que queria ser loira, gosta da Barbie e já fala no príncipe - que parece tão bundão.
Enfim, não existe caminho puro, não dá pra ser uma coisa ou outra e sim uma e outra. Acho que uma, outra e mais um bocado por aí. A gente até escolhe, tenta muito, mas a vida é muito mais.
Eu me sinto uma colcha de retalhos, bordada no interior de Minas, com imagens cosmopolitas, bonequinhos Elvira Matilde, sapatos de grife, tradição, família e revolução.
Uma mistura sem nexo, mas, assim espero, com certo charme e algum sentido. Uma mistura feliz.

domingo, 8 de julho de 2012

Dexter, eu e todos nós

Acabei ontem de ver a 4a temporada de Dexter.
Nunca fui de acompanhar seriados, mas Dexter me pegou. Além do bom ritmo da narrativa - essencial para o gênero - a série levanta questões realmente intrigantes sobre a natureza humana, os instintos, os traços psicológicos, as relações.
Mas a questão que está me queimando a caixola é o quanto o destino marca as nossas vidas. Sim a vida nos invade e decide por nós. É inexorável mesmo a força dos fatos. Mas, e aí? Os impactos duram para sempre? Temos escolha no tamanho das consequências das escolhas do destino? Espero que sim, pelo menos um pouco.