Tenho andado muito atenta às questões que envolvem escolhas e tradições, rupturas e reestruturações, sobretudo quando o assunto é a vida das mulheres. Na TV está a nova Gabriela, no Face aparece de um tudo, o Xico Sá nos presenteia com essa crônica sobre a mulher mineira, e o 7x7 reflete sobre a possibilidade de escolhas.
Eu, que sou fruto de uma família tradicional e outra transgressora, fico observando os movimentos e sou convicta de que não existe caminho mais fácil, nem caminho que seja só uma coisa. Há algo mais transgressor atualmente que ser tradicional? Eu não conseguiria tanta transgressão...
Temos um discurso de que tudo pode. Mas convivemos com o racismo, a homofobia e o machismo.
Somos um país laico. Mas ainda vejo olhares estranhos quando declaro ser umbandista.
Educamos a pequena acreditando estar estruturando pilares livres e humanistas. E ela diz que queria ser loira, gosta da Barbie e já fala no príncipe - que parece tão bundão.
Enfim, não existe caminho puro, não dá pra ser uma coisa ou outra e sim uma e outra. Acho que uma, outra e mais um bocado por aí. A gente até escolhe, tenta muito, mas a vida é muito mais.
Eu me sinto uma colcha de retalhos, bordada no interior de Minas, com imagens cosmopolitas, bonequinhos Elvira Matilde, sapatos de grife, tradição, família e revolução.
Uma mistura sem nexo, mas, assim espero, com certo charme e algum sentido. Uma mistura feliz.
3 comentários:
uma parte de mim é tradição a outra erupção. será que a gente pode escrever um poema assim, a la ferreira goulart?
Claro que podemos!
Qta ambiguidade, contemporaneidade e verdade! E engraçado que nada disso é o meio do caminho, tenho a impressão de que somos ora tradição radical versus revolução geral...E qdo vc diz que os outros se assustam qdo vc informa que é umbandista, acho que isso acontece pq a umbanda ainda é mto desconhecida e não sabemos do que se trata...por isso, o espanto
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