Este sem dúvida foi um ano que ficará marcado por toda a minha vida. Manu chegou e transformou tudo que está perto dela. O meu corpo, os meus pensamentos, as minhas percepções, os meus desejos. A família, o casamento, os amigos. O sorriso, o medo, os sonhos. O presente. O futuro. Talvez o passado. O sentido. Agora está bem melhor.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Sem noção
Estava eu almoçando com o maridão e um casal de amigos num shopping, com a pequena, que chorou e ganhou um colo. Uma desconhecida (D) se aproximou:
D: Quer que eu fique com ela enquanto você come?
Eu: Não, obrigada.
D: Eu fico com ela...
Eu: Não, obrigada.
D: Estou acostumada a cuidar de bebês.
Eu: Não, obrigada.
Ainda insistindo, D foi ao carrinho, pegou uma fralda, cobriu o próprio corpo, e continuou:
D: Pronto! Pode me dar.
Eu: Não
Aí D e colocou as mãos na pequena, tentando tirá-la dos meus braço.
Eu: NÃO!!!!
Assim ela entendeu. Gente doida...
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Bebês
Coisas que eu nem imaginava antes de ser mãe:
1. Quando o bebê nasce a gente dorme muito mais que no final da gravidez
2. A cicatriz da cesária tem um quê de troféu (mas a pochete não!!!!)
3. As pessoas na rua se sentem um pouco donas dos bebês e se dão direitos inacreditáveis e ridículos
4. Mãe não suporta ouvir crítica sobre sua cria (mesmo que seja do pai)
5. A vacina começa a doer na mãe uma semana antes de o bebê levar a agulhada
6. Pedofilia é o pior dos piores crimes do mundo (só de escrever isso fiquei nervosa)
Coisas que eu sabia, mas ainda hoje fico pasma:
1. Sim, essa criaturinha perfeita saiu de dentro de mim!
2. Sim, eu dou leite!
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Normalidade
O furacão está acalmando. Após o tempo da barriga imensa e de incertezas, e o tempo de "a chegada do bebê - América Latina", chegou o tempo da recuperação. Exercícios, um pouco de dieta, carinhos nas cachorras, volta ao trabalho e momentos de sossego e namoro com o maridão. Tudo agraciado com a presença deliciosa da pequena, que tem o dedo verde e um sorriso cor de rosa!
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Vontades
Manuela agora sabe manifestar bem as suas vontades. O corpo está parendendo a obedecer ao cérebro e as mãos a levar tudo à boca. É o desejo que começa a mostrar a que veio. É o desejo começando a mover a pequena. E torço que assim continue vida afora.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Pós-modernidade
Definição da era digital: uma mãe entrou no fórum de discussões e perguntou às colegas de barriga que fizeram cesárea se alguém já tinha lavado os cabelos depois do parto, dez dias depois de ela ter passado pela cirurgia...
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Democracia
Essas eleições municipais me parecem irritantes, frustrantes, desmotivantes, desesperadoras. O tal do Márcio é uma biruta de posto, uma figura incapaz de falar no próprio horário eleitoral... E a concorrência? Não tem um candidato que passe segurança.
A disputa para vereador pelo menos é divertida. É cada figura... Tem o Tião que usa um terno de defunto, uma cópia barata do Pinduca das "ambulaça", o zé da corretora...
A disputa para vereador pelo menos é divertida. É cada figura... Tem o Tião que usa um terno de defunto, uma cópia barata do Pinduca das "ambulaça", o zé da corretora...
domingo, 31 de agosto de 2008
Paradigma da barata
De todas as músicas infantis que voltei a ouvir e cantar, a da barata que diz que tem é a que me parece mais cruel. "A barata diz que tem um sapato de veludo é mentira da barata ela tem o pé peludo" é de uma crueladade sem fim. Pobre barata e pobre criança que aprende que bom é sapato de veludo, anel de formatura (o anel, porque o estudo faz pouca diferença), sete saias de filó, enfim, tantas coisas que tantas mulheres lutaram para mudar. E a barata, como escutei num programa de humor, na verdade tem um problema é de marketing...
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Infância adulta
O sapo não lava o pé, mora na lagoa e quando grita é porque tem frio... O cravo brigou com a rosa e ela saiu despedaçada... A barata diz que tem um tanto de coisa, coitada, porque quer parecer um pouco melhor... E o meu mundo regressou para a frente, misturou o encanto da infância com a delícia da vida adulta e me mostrou que há um delicioso caminho pela frente!!!!!!
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Viver BH
Não eram nem 8h quando deram uma maga freada na rua. Enquanto eu amamentava, passou o garoto do pão com sua buzina e recomeçaram as obras do prédio ao lado. Manuela tentava arrotar ao som do caminhão do lixo, mas logo veio o caminhão do queijo que aceita duas tele-senas por um queijo. Daqui a pouco vêm os carros de som com a propaganda dos candidatos a vereador "pelo passe-levre, a educação e a saúde para todos".
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Harmonia
A vida começa a dar indícios de que a harmonia está voltando. O sorriso fácil, o bom pique para cumprir as novas funções de mãe, a ótima produção de leite, a pequena linda e mamona, as incríveis horas de sono - ainda que picadas, o corpo cuidado com carinho e a barriga menor que os peitos!!!!
terça-feira, 12 de agosto de 2008
sábado, 2 de agosto de 2008
terça-feira, 29 de julho de 2008
Rédeas
Parto normal e cesariana me parecem opções religiosas. Os argumentos de um não se parecem em nada com os do outro. São opções de vida, maneiras diferentes de entender o mundo. Claro que boas mães são feitas de qualquer maneira, ou não, mas a escolha do tipo de parto é um reflexo de uma ampla leitura de mundo.
O parto normal humanizado – sim, humanizado, porque o que se faz por aí é pior do que uma cirurgia – é uma escolha de quem decide abrir espaço e ceder o controle à mãe natureza. O parto é visto como um momento importante para o bebê, que é ajudado pela mãe, que é ajudada pelo obstetra. Não há como marcar dia, nem hora, nem saber quais sintomas exatamente levarão os pais aflitos à maternidade. É uma entrega das rédeas para o natural, deixando que o bebê e o corpo da mãe decidam quando e como será a tão esperada hora. Sim, há riscos de haver algum problema e ser necessária uma cesariana de urgência. No mundo natural, os riscos existem.
A cesariana é mais prática. O médico detem todo o controle. Tudo é programado e cumprido de acordo com a prática do profissional. Os imprevistos estão mais controlados, embora também possam existir. A mãe não sente dor durante o parto, mas tem um recuperação mais difícil pela frente. A chegada do bebê é um problema a ser resolvido e da maneira mais prática o possível.
Passar as rédeas para a mãe natureza traz uma ansiedade gigante. Deter o controle é perder boa parte da poesia, é ter a sensação de roubar para si um poder natural, mesmo que se pague o preço depois.
Ser mãe é muito mais do que essa escolha. Embora, particularmente, eu acredito que se perceber parte de um universo muito maior, tanto social quanto natural, é um aprendizado importante que aparece em pequenas e grandes escolhas vida afora e deve ser passado de mãe para filho.
O parto normal humanizado – sim, humanizado, porque o que se faz por aí é pior do que uma cirurgia – é uma escolha de quem decide abrir espaço e ceder o controle à mãe natureza. O parto é visto como um momento importante para o bebê, que é ajudado pela mãe, que é ajudada pelo obstetra. Não há como marcar dia, nem hora, nem saber quais sintomas exatamente levarão os pais aflitos à maternidade. É uma entrega das rédeas para o natural, deixando que o bebê e o corpo da mãe decidam quando e como será a tão esperada hora. Sim, há riscos de haver algum problema e ser necessária uma cesariana de urgência. No mundo natural, os riscos existem.
A cesariana é mais prática. O médico detem todo o controle. Tudo é programado e cumprido de acordo com a prática do profissional. Os imprevistos estão mais controlados, embora também possam existir. A mãe não sente dor durante o parto, mas tem um recuperação mais difícil pela frente. A chegada do bebê é um problema a ser resolvido e da maneira mais prática o possível.
Passar as rédeas para a mãe natureza traz uma ansiedade gigante. Deter o controle é perder boa parte da poesia, é ter a sensação de roubar para si um poder natural, mesmo que se pague o preço depois.
Ser mãe é muito mais do que essa escolha. Embora, particularmente, eu acredito que se perceber parte de um universo muito maior, tanto social quanto natural, é um aprendizado importante que aparece em pequenas e grandes escolhas vida afora e deve ser passado de mãe para filho.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Só uma grávida
Só uma grávida
conta a vida em semana
quer que o tempo voe
torce para a barriga crescer logo
acha vitamina de banana a melhor coisa do mundo
conhece os banheiros de todos os lugares por que passa
é capaz de falar apenas de um assunto por meses
recebe o carinho de desconhecidos na rua
chora sem motivo
ri no meio de uma reunião de trabalho
adora ganhar chutes na barriga
se sente estranha e linda ao mesmo tempo
sabe que os nove meses são só o começo de uma vida inteira!
conta a vida em semana
quer que o tempo voe
torce para a barriga crescer logo
acha vitamina de banana a melhor coisa do mundo
conhece os banheiros de todos os lugares por que passa
é capaz de falar apenas de um assunto por meses
recebe o carinho de desconhecidos na rua
chora sem motivo
ri no meio de uma reunião de trabalho
adora ganhar chutes na barriga
se sente estranha e linda ao mesmo tempo
sabe que os nove meses são só o começo de uma vida inteira!
terça-feira, 8 de julho de 2008
Mãe natureza
“Parto é um processo natural, e não racional”. Escutei essa frase do meu obstetra na primeira consulta após o tão apaixonante positivo. Hoje, no nono mês de gestação, vejo como a mãe natureza vem me ensinando a ser fêmea. Nada de super mulher, com carreira, alto salário, boa de briga, com topete e muito peito para encarar a vida. Apenas fêmea, no que existe de mais instintivo e docemente forte.
Desde o começo o meu corpo me disse o que queria. Tirei o diu porque era a hora. Não sabia explicar e parecia chilique de mulher para convencer o marido. Mas era uma estranha convicção de que simplesmente era a hora. Poucos dias depois aqui estava o meu embriãozinho, tão pequeno e tão imponente.
A sensação de ver os dois risquinhos naquele palito é indescritível. Até então eu achava que só comprava testes que não eram premiados, porque sempre vinham com um risquinho só. Até que eles vieram, anunciando a transformação. A essa altura eu já estava verde, enjoava por tudo e recebia os primeiros sinais do meu corpo de que a vida seria bem diferente nos próximos meses.
Regra número um: comer os alimentos certos. Sendo que certo passou a ser o que o corpo pede. E como pede!!! No primeiro trimestre eram as folhas verdes, no segundo as frutas e no terceiro o côco. Sim, côco, aquele que eu nem comia agora é uma fixação na minha vida.
No dia-a-dia, os cuidados com a pele e os sustos diários com as mudanças no corpo. Sumiu a cintura, aumentaram os seios, escureceram os mamilos, incharam as pernas, chegou o colostro. Coisas da mãe natureza. E o meu lado racional em pânico com a balança, desesperado ao ver as roupas se perderem, incomodado com a mudança no olhar do marido, comovido com a compreensão das pessoas. O meu lado racional não entendeu nada, apenas que ele tinha perdido a vez.
Esses nove meses estão me preparando para o que está por vir. Nos dias atuais, ser mamadeira é a profissão que me parece mais desafiante de todas, porque exige uma sabedoria que não está nos livros. Escuto muito a minha avó materna e sinto a presença da minha avó paterna. Elas são minhas guias nesse estranho universo feminino. Só as fêmeas se doam para a cria e buscam a harmonia quando tudo parece um caos. Só as fêmeas se despem de toda a vaidade para a chegada de um filho e se recriam depois, para serem outra vez fêmeas, mas do outro lado da moeda.
Desde o começo o meu corpo me disse o que queria. Tirei o diu porque era a hora. Não sabia explicar e parecia chilique de mulher para convencer o marido. Mas era uma estranha convicção de que simplesmente era a hora. Poucos dias depois aqui estava o meu embriãozinho, tão pequeno e tão imponente.
A sensação de ver os dois risquinhos naquele palito é indescritível. Até então eu achava que só comprava testes que não eram premiados, porque sempre vinham com um risquinho só. Até que eles vieram, anunciando a transformação. A essa altura eu já estava verde, enjoava por tudo e recebia os primeiros sinais do meu corpo de que a vida seria bem diferente nos próximos meses.
Regra número um: comer os alimentos certos. Sendo que certo passou a ser o que o corpo pede. E como pede!!! No primeiro trimestre eram as folhas verdes, no segundo as frutas e no terceiro o côco. Sim, côco, aquele que eu nem comia agora é uma fixação na minha vida.
No dia-a-dia, os cuidados com a pele e os sustos diários com as mudanças no corpo. Sumiu a cintura, aumentaram os seios, escureceram os mamilos, incharam as pernas, chegou o colostro. Coisas da mãe natureza. E o meu lado racional em pânico com a balança, desesperado ao ver as roupas se perderem, incomodado com a mudança no olhar do marido, comovido com a compreensão das pessoas. O meu lado racional não entendeu nada, apenas que ele tinha perdido a vez.
Esses nove meses estão me preparando para o que está por vir. Nos dias atuais, ser mamadeira é a profissão que me parece mais desafiante de todas, porque exige uma sabedoria que não está nos livros. Escuto muito a minha avó materna e sinto a presença da minha avó paterna. Elas são minhas guias nesse estranho universo feminino. Só as fêmeas se doam para a cria e buscam a harmonia quando tudo parece um caos. Só as fêmeas se despem de toda a vaidade para a chegada de um filho e se recriam depois, para serem outra vez fêmeas, mas do outro lado da moeda.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Gestando
"O que você faz?"
"Estou gestando"
Carreira de gestante tem prazo pré-determinado e antecede a carreira de mamadeira, também com tempo determinado no ritmo de hoje.
Carreira de mãe... ah! essa começa muito cedo e não acaba jamais!
"Estou gestando"
Carreira de gestante tem prazo pré-determinado e antecede a carreira de mamadeira, também com tempo determinado no ritmo de hoje.
Carreira de mãe... ah! essa começa muito cedo e não acaba jamais!
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Paixão
Apaixonar-se é sem dúvida o que justifica viver.
Olho para você, ainda tão muída mas tão presente, e lembro que a vida pulsa, como você pulsa aqui dentro.
Nesse nosso silêncio intenso, vou aos poucos conhecendo você e a grande revolução que provocou na minha vida. Uma revolução que começa no ventre e atinge tudo, absolutamente tudo, que nos rodeia.
O meu seu mundo faz muito mais sentido
Olho para você, ainda tão muída mas tão presente, e lembro que a vida pulsa, como você pulsa aqui dentro.
Nesse nosso silêncio intenso, vou aos poucos conhecendo você e a grande revolução que provocou na minha vida. Uma revolução que começa no ventre e atinge tudo, absolutamente tudo, que nos rodeia.
O meu seu mundo faz muito mais sentido
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