Mas tem outras coisas que nunca me contaram sobre a maternidade (ou se contaram eu nem prestei atenção). O que sinto atualmente é que eu nunca soube o que é estar cansada antes de ser mãe. Não pelas tarefas de mãe em sim, e muito menos pelo tempo com a pequena, mas com a soma estratosférica de vida de mãe de bebê aprendendo a andar + vida de consultora com prazo apertado para entrega de relatório + vida de professora em final de semestre + vida de mulher se refazendo. Haja terapia...
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Mentiras sinceras me interessam
Sim, é verdade: a gente não tem ideia do que é amar antes de ter um filho. É um amor que transborda, que refaz a gente, que muda completamente o sentido da vida. Eu não sei como vivi tanto tempo sem ser mãe.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Só as mães são felizes
Final de manhã corrido, como sempre. Pequena nem iria tomar banho antes de ir para a escola, mas conseguiu passar papinha com feijão na sobrancelha, na testa, nos cabelos, nas orelhas, no pescoço, na roupa, enfim, o segundo banho do dia era inevitável. A hora já estava avançada e fomos para o banheiro. Coloquei a pequena no chão, a banheirinha para encher e fui fazer um xixi (mãe também tem algumas necessidades). Trinta segundos sem olhar a pequena e lá estava ela, dentro da banheira, de roupa, fralda e sopinha com feijão, rindo, às gargalhadas. Primeiro ameacei rusgar, mas bastou ver a cara de contentamento da encharcada, para me entregar a um sorriso enorme e melhorar o dia.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Maresia
"Metade de minha alma é feita de maresia" - Maria Bethânia canta o mar e seus símbolos a partir da poesia de Sophia de Mello Breyner
Moro escondida entre as montanhas, mas o cheiro de mar invade as minhas narinas com frequência. O mar me chama e a minha alma clama por um banho de vida. É como mágica. É divino. É vital. É a minha fé. São os tambores de Mainha.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Ainda o diploma
Os jornalistas estão ofendidos, machucados, tristes. Um pouco distanciada do calor do momento, consigo entender um pouco o que me atingiu. A queda da obrigatoriedade do diploma não é o ponto. Acho que isso era inevitável nesses tempos multimídia. A sociedade está se comunicando mais, nos mais diversos meios, e isso é ótimo. A obrigatoriedade do diploma era sim uma forma de reserva de mercado e o extremo disso seria dizer, por exemplo, que apenas poderia ter um blog com caráter informativo quem fosse jornalista.
O que doeu não foi o fim da reserva de mercado. Isso não me assusta. Jornalista são extremamente necessários, ainda mais numa época em que a informação além de pernas tem asas. Que todos comuniquem, mas só os bem formados sabem separar o joio do trigo (e essa formação pode sim passar por outros caminhos além do curso de jornalismo).
O que doeu foi a pose autoritária do senhor ministro do Supremo. O que doeu foi ver que o aparente desconhecimento da profissão foi motivo para um discurso cruel, vingativo, cretino. O que doeu foi ver aquele senhor, montado na sua arrogância, dizer que jornalista qualquer um é, porque qualquer pessoa comunica. E doeu muito ver o desconsolo estampado no rosto dos meus alunos que sonham com a profissão que irão exercer.
A tempestade vai passar. O jornalismo fica. Os cursos de graduação provavelmente terão um baque inicial, mas depois tudo de ajeita. A imprensa talvez experimente novos arranjos e quem sabe conseguirá melhorar a qualidade, fazendo escolhas inteligentes. E o tempo mostrará que o senhor ministro perdeu uma excelente oportunidade de fazer uma análise relevante para a sociedade, preferindo agir em função da própria mágoa.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista
A decisão do STF de desobrigar a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista caiu feito uma bomba para os meus alunos que terão o canudo no fim do ano. A sensação era que o curso não teria valido nada. Felizmente a realidade não é essa.
O jornalismo mudou, mudou muito, mas ainda não sabe exatamente o que virou. No mundo multimídia a informação deixou de ter dono e todo mundo informa e é informado por um clique. O jornalista era aquele que sabia "tudo" e tinha nas mãos o poder de decidir quem está certo ou errado, quem é o mocinho e quem é o vilão.
O jornalista acreditava que era o único capaz de falar de economia para dona de casa, o único que sabe qual informação era relevante para a sociedade. Mas há mais, há muito mais.
O mesmo jornalista por vezes se esqueceu de escutar a versão do acusado, por vezes aceitou a versão da policia de que o menor assassinado morreu por morte natural sendo negro, pobre e morador da favela. O jornalista por vezes preferiu bater numa empresa porque assim conseguiria a manchete, mesmo que a informação não fosse tão confiável ou confirmada. O jornalista quase sempre tinha o seu político favorito (ou favorito do dono do jornal, o que na prática dá quase na mesma) e fingia ser imparcial.
E o jornalista, montado na sua arrogância de quem tudo sabe, perdeu o bonde da história.
Sou jornalista, amo minha profissão, e lamento que a classe tenha perdido tanto prestígio. A mesma era multimídia que coloca em cheque o poder da mídia faz do profissional que reconhece o que é informação e sabe organizá-la em meio a tanto lixo de megabytes um ator social essencial.
O bom jornalista - aquele que sabe aprender, que está disposto a conhecer o outro, que mantém a crítica social, que conhece de gente, que pelo menos lá no fundo carrega aquele desejo de super-homem de consertar o mundo - usa tudo isso para identificar a informação e sabe como dizê-la a quem quer que seja. O bom jornalista quer mais que as pessoas se informem e assim se formem. O bom jornalista não precisa ser o dono da informação e não precisa ter medo de alguém parecer mais sabido que ele.
O bom jornalista entendeu um pouco do rumo da história e para esse jornalista não falta trabalho.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Mudas
As orquídeas da minha varanda resolveram brotar. Os raminhos verdes e ainda magrelos começam a crescer e se impor. Daqui a pouco chegam as lindas flores e todo o encanto que trazem com elas.
A minha alma inquieta também anda com um brotos verdes e magrelos. A vida profissional precisa de alguns ajustes. Os brotos ainda têm de crescer e encorpar, e as flores hão de vir.
terça-feira, 9 de junho de 2009
O blog da Petrobras
A imprensa subiu nas tamancas para criticar o blog da Petrobras, em que a empresa publica na íntegra as entrevistas concedidas aos jornalistas antes de as matérias serem publicadas. Tudo bem, compreendo a revolta dos colegas,afinal a entrevista é uma estratégia fundamental do fazer jornalístico e expô-la, antes da publicação da matéria, é deixar o jornalista nu. Mas do ponto de vista da Comunicação, aplaudo a atitude da Petrobras. A imprensa neste momento que massacrar a empresa e colocar tudo na rede é uma forma de defesa que pode ser bastante eficiente. E como professora acho uma excelente forma de explorar as novas mídias. A comunicação está mudando, isso é fato. Gosto de mudanças.
domingo, 7 de junho de 2009
Leite derramado
Sou fã irremediável do Chico, isso é fato (um fato que amo). Mas os livros dele até agora não tinham me pegado tanto. Após ler "Leite derramado", no entanto, posso me dizer fã de tudo que ele faz. O livro é muito bom. A narrativa, embora densa, tem um ritmo bom. O veneno tão doce que o Chico reserva à sociedade aparece de forma sutil, e vamos tragando tudo sem perceber que a digestão leva alguns dias.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
Gosto de 30
A cara de 30 anos está bem melhor que a de 29. Também, fui acordada com o carinho do maridão e da filhota. Fazer 30 é completamente diferente de fazer 20. A vida tem hoje um gosto de paz conquistada, o que está longe de querer dizer acomodação. É menos aflito. 30 anos tem sabor de mais amor: amor por mim, pelo maridão, pela pequena, por meu trabalho, por tudo que construi. E que venham os próximos!
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