O que doeu não foi o fim da reserva de mercado. Isso não me assusta. Jornalista são extremamente necessários, ainda mais numa época em que a informação além de pernas tem asas. Que todos comuniquem, mas só os bem formados sabem separar o joio do trigo (e essa formação pode sim passar por outros caminhos além do curso de jornalismo).
O que doeu foi a pose autoritária do senhor ministro do Supremo. O que doeu foi ver que o aparente desconhecimento da profissão foi motivo para um discurso cruel, vingativo, cretino. O que doeu foi ver aquele senhor, montado na sua arrogância, dizer que jornalista qualquer um é, porque qualquer pessoa comunica. E doeu muito ver o desconsolo estampado no rosto dos meus alunos que sonham com a profissão que irão exercer.
A tempestade vai passar. O jornalismo fica. Os cursos de graduação provavelmente terão um baque inicial, mas depois tudo de ajeita. A imprensa talvez experimente novos arranjos e quem sabe conseguirá melhorar a qualidade, fazendo escolhas inteligentes. E o tempo mostrará que o senhor ministro perdeu uma excelente oportunidade de fazer uma análise relevante para a sociedade, preferindo agir em função da própria mágoa.
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