terça-feira, 31 de março de 2009

Cadê o bico?

Um dos momentos de maior desespero na vida de uma mãe é quando bebê está dormindo, acorda e começa a chorar desesperadamente querendo o bico. E o danadinho nunca está ao alcance das mãos, principalmente no escuro da noite. Atualmente a pequena tem 5 ou 6 bicos que, quando encontrados, ficam na beirada do berço para serem usados em caso de emergência. Acontece que a danadinha acorda, fica de pé no berço e atira tudo no chão. E assim as noites ficam ameaçadas, pela simples falta do bico.

Futuro do Jornalismo 2

Não é à toa que estão discutindo no Congresso a Lei de Imprensa e a obrigatoriedade do diploma. A rotina jornalística está de pernas para o ar! Mudaram o meio de ter acesso a notícias, as formas de ganhar dinheiro com publicidade, a estrutura das redações e o papel dos profissionais. Tudo por causa do caminho sem volta que é a multimídia. Jornalista para sempre será o cara que apura, que faz crítica embasada, que questiona, mas ainda não se sabe como ficará a vida desse profissional no novo cenário que está se formando.  

segunda-feira, 30 de março de 2009

Pequeno monstro

Fui trocar a fralda da pequena e lá estava ele, ao lado do trocador, quase escondido na cortina. Lá estava ele, preto, grande, suculento e com as tão temidas listrinhas brancas nas patas. Tentei pegar, mas o maldito voou. E não sei onde foi parar. Bom, no quarto a pequena não tira a soneca da manhã. De jeito nenhum.
Essa história me fez lembrar o dia de pânico do meu irmão. Ainda se sabia pouco sobre a aids na época, e o orientador dele na faculdade era soropositivo. Estavam os dois no gabinete, trabalhando, e um pernilongo gigante apareceu. Picou o professor. Pronto: meu irmão ficou enlouquecido, com medo do pequeno transmissor. Não trabalhou, ficou neurótico, olhando para as paredes, procurando o pequeno monstro. 

quinta-feira, 26 de março de 2009

Futuro do Jornalismo

No dia primeiro de abril - dia do jornalista (não é uma piada!) - o Congresso votará a extinção da Lei de Imprensa e o fim da exigência do diploma. 
Acabar com a Lei de Imprensa - e não atualizá-la - me parece complicado, pois os códigos Civil e Penal deixam algumas questões da prática jornalística muito em aberto e a imprensa precisa de parâmetros mais específicos para não confundir tanto o público e o privado. E me preocupa muito os Civita, da Veja, serem os primeiros a defender o fim da Lei.
Quanto ao diploma, acho que ele deve se fazer necessário pela qualidade dos profissionais e não por norma alguma. Sim, hoje qualquer pessoa compra uma boa máquina por menos de R$1mil e pode fazer um site noticioso ou comercial. A tecnologia está aí, cada vez mais ao alcance de todos. Mas ser jornalista não é isso. 
Ser jornalista é saber o que é informação, é saber o que dizer, para quem e de que forma. Ser jornalista é separar o joio do trigo num mar infindável de fatos em que navegamos a todo momento.  Ser jornalista é saber da importância da informação para a formação de uma sociedade.
Adoro ver o Drauzio Varela no Fantástico e acho que ele apresenta o quadro sobre saúde melhor que ninguém. Tenho pânico dos "repórteres" do Vídeo Show que sabem apenas dizer ao entrevistado que ele é maravilhoso, sem falar nas mocinhas seminuas que apresentam programas de esportes radicais. A diferença entre eles está no trato da informação.
Resumindo, acho que o Jornalismo poderia ser também uma especialização para profissionais de outras áreas. Acho até que o ideal seria um curso de Ciências Sociais mais uma especialização em Jornalismo. 
A minha certeza é que nesse mundo multimídia, com tanta porcaria navegando por aí, um bom profissional da informação faz toda a diferença.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Filme da minha vida

A Vanessa está organizando outro delicioso desafio: contar o filme da minha vida. Tarefa impossível, acho, mas vou tentar nos dias 29 e 30 de abril.



Caso deseje participar:
1. Deixe seu nome e blog na caixa de comentários deste post até o dia 27 de abril; 2. leve um dos selos da coletiva ;
3. Faça um post sobre o evento no seu blog, contendo este passo-a-passo e divulgue o selo;
4. Prepare na data marcada - dias 29 e 30 de abril- um post falando sobre o filme , sobre a experiência de assistí-lo, o que marcou, o que quiser falar sobre ele. Trata-se do seu filme preferido e, e claro, você é quem manda.

terça-feira, 24 de março de 2009

Babá

Eu considero escravocrata o hábito de se colocar uma pessoa dentro de casa para cuidar dos filhos. Ajuda, sempre, profissional preparado, também, mas colocar morando dentro de casa uma pessoa que recebe um salário baixo para passar ao lado do seu bebê as intermináveis noites em claros me parece sem sentido. Digo isso e me olham como se eu fosse um ET, mas não consigo pensar diferente.  

segunda-feira, 23 de março de 2009

Yo no creo en las brujas...

Tenho escutado frequentemente a frase "eu não acredito em homeopatia" ou "não acredito em acupuntura", principalmente de jovens médicos. E por acaso alguém está falando em crença? As duas são práticas reconhecidas pela Sociedade Brasileira de Medicina, melhoram a vida das pessoas há anos, séculos, quiçá milênios. Se a crítica é para a autogestão, digo que sou mais sugestionável por esses métodos que por medicamentos para vários assuntos. Acho que agora, para entrar na onda, vou dizer que não acredito em academia: nunca saí gostosona de uma... fato é que nunca segui por mais de três meses e que faço de tudo para ter motivo de perder uma aula, mas a culpa é da academia e por isso não acredito nela!

domingo, 22 de março de 2009

Redescobertas

Pequena engatinha por toda a casa, como um corisco, descobrindo cada cantinho, cada detalhe. A alegria dela fica estampada nos risos, gargalhadas, palmas e gritinhos a cada novo objeto que encontra, examina e coloca na boca.
Fico olhando, admirada, encantada, babando, e penso o quanto a felicidade realmente está nas pequenas coisas, tão cotidianas.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Letramento

Hoje a Vanessa discute no blog dela (Fio de Ariadne) a questão do letramento e relembra a triste estatística: menos de um terço dos brasileiros são devidamente letrados. 
A matéria que fiz que mais me emocionou na vida foi justamente sobre esse tema. Acompanhei o dia de um analfabeto e pude ver como ele teve de desenvolver outros significantes na vida para poder se socializar e até se locomover. Josemildo morava na rua da sorveteria, descia do ônibus quando via a loja de dois andares, trabalhava no prédio que tinha uma rampa na entrada e assim por diante. O crachá que o identificava no emprego estava com o nome "Josemilton" e ele não sabia explicar o que havia de errado, apenas sabia que aquele não era o seu nome.
Não bastasse a emoção da matéria em si, quando chegou o natal recebi um cartão de Josemildo, que estava cursando uma turma do Brasil Alfabetizado. 
No cartão, a letra da música "é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir e é preciso chuva para florir". 

terça-feira, 17 de março de 2009

Vitamina S

Sempre falei que mães não podem ter frescura porque crianças precisam de vitamina S (sujeira). Mas a vida real me mostrou que isso tem limite. (E que jogue a primeira pedra a mãe que nunca pagou língua)
A pequena engatinha pela casa afora e AMA colocar três coisas na boca, nessa ordem de fixação:
1. a bolinha da Volúpia
2. a sola de qualquer sapato
3. as rodinhas do carrinho
O mordedor de gel comprado especialmente para essa finalidade nem pensar....

segunda-feira, 16 de março de 2009

Lixo

Com o trabalho novo estou aprendendo muito sobre o lixo e achando interessantíssimo.
- Nem 5% do lixo brasileiro é devidamente tratado
- Em BH, são feitas diariamente 700 viagens para o aterro sanitário
- A taxa de lixo produzida por pessoa cresce exponencialmente
- A área usada para um aterro sanitário só servirá para ser aterro sanitário para sempre

O que é óbvio, mas só agora tenho convicção: 
- Ou mudamos ou o mundo vira uma montanha de lixo em pouco tempo!

domingo, 15 de março de 2009

Doença x Saúde

Os dilemas sobre as "facilidades" da vida moderna me acompanham desde que soube que seria mãe. Parto normal x cesariana, amamentação x nan, homeopatia x alopatia. Sempre preferi a primeira opção, a mais natural, mas a vida costuma me mostrar que a possibilidade de escolha é restrita. 
O sonhado parto normal virou cesariana de urgência, com 40 semanas de gestação e muito mecônio na placenta. A amamentação acabou com os seis meses da pequena, assim que voltei para o estresse do trabalho e o leite secou. E essa semana o antibiótico atropelou a homeopatia. 
Pequena vinha resfriada e eu controlando com homeopatia (confesso que não segui à risca, pois as bolinhas devem ser dadas em curtos espaços de tempo e eu saía para trabalhar e ela não tomava e eu também acabava esquecendo....). 
Ela piorou justo no dia em que a pediatra viajou. Levei ao plantão do hospital e passaram antibiótico e antialérgico. Não consegui falar com a pediatra dela e tive que seguir a orientação da plantonista, que se preocupa com a doença e não a saúde.
A pequena está bem melhor, e o meu coração menos aflito. E continuamos, na medida do possível, buscando o caminho mais natural.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Filha doente, noites em claro, trabalho acumulado, cheque especial e menstruação. Afff....

quarta-feira, 11 de março de 2009

Sempre mãe

Roupa alinhada, sapato de salto alto, um toque de maquiagem, cabelo arrumado, cara de séria, enfim, vestida para a vida profissional. Antes de sair de casa é irresistível pegar a pequena no colo só mais uma vez. Tempo suficiente para ganhar uma golfada e ir carimbada para o trabalho!

terça-feira, 10 de março de 2009

Como a senhora quiser

Por fim a vida decidiu por mim, como aconteceu tantas vezes. E como costuma ser, ela foi bem bacana comigo. 
Eu estava na expectativa de voltar para o trabalho antigo e fui convidada a participar da seleção de um outro, que sempre quis. Em meio a tudo isso, apareceu e já está consolidado um terceiro, muito mais desafiante, empolgante, bacana, enfim, motivo de muita satisfação.
Gracias a la vida, que me ha dado tanto!

domingo, 8 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

Após a maternidade, descobri o que é ser fêmea, o que é bem diferente de ser mulher.
Sempre fui uma mulher guerreira, valente, que faz o que quer, que pega o boi pelos chifres. Uma mulher que não se intimida diante de homem algum. Discurso afinado contra o machismo, dura com as cantadas incovenientes usadas pelos homens para nos diminuir. Mas sempre feminina. Dona de mim e do meu tempo.
A gravidez começou a desmontar tudo isso. Não adiantava ser racional com tantos acontecimentos quase instintivos. Os hormônios malucos, os choros sem explicações, a vontade de comer coisas estranhas, o sentimento de proteção de um bebê que se mexia aqui dentro e a estranha e fascinante comunicação que eu e pequena começávamos a estabelecer. Nada racional, tudo natural. 
Depois o parto, a amamentação, os hormônios malucos, e a vontade de viver apenas para aquela encantadora criaturinha. O mundo voltou a começar.
Hoje digo com orgulho que homens e mulheres são sim diferentes, e muito. Não estou falando de competência no trabalho, pois avalio que após a maternidade me tornei uma profissional melhor e capaz de disputar com qualquer homem se preciso. 
O mundo é machista sim. Há uma desigualdade clara entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Os homens estão perdidos diante das mulheres valentes nos relacionamentos amorosos. 
Mas nessa briga as mulheres estão se esquecendo de que são fêmeas. Eu não sabia disso. Não fui preparada para isso. A cartilha que me passaram dizia que mulher é forte é da porta de casa para a rua. E tive que aprender na marra o que é ser mulher da porta da dentro. E me apaixonei. 
O mundo feminino tem uma sabedoria instintiva, que a gente perde se viver só da porta para a rua. Por isso acho que a briga das mulheres hoje, após aquelas que morreram queimadas pelo direito de trabalhar, é pelo direito de voltar a ser também da porta para dentro. Profissionais sim, competentes sim, ganhando dinheiro sim, inteligentes sim, mas fêmeas com orgulho e muita paixão!

sábado, 7 de março de 2009

Semana S

Essa semana foi cheia de novidades na vida da pequena. De repente, começou na escola, teve o primeiro resfriado (nem posso culpar a creche porque a gripe veio primeiro e me pegou também), começou a engatinhar efetivamente, está falando dá dá dá, começou a comer carne e feijão, e o primeiro dente ameaça sair. Segunda ela completará sete meses e já tem muita história para contar.
Na outra ponta, ou no meio de tudo, ou misturado com ela, ou fazendo parte dela, estou aqui eu retomando a vida profissional intensa, cheia de dúvidas, esperanças e felizmente boas expectativas para o futuro. Certamente mais feliz que há sete meses!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Me excomungue também

Seguindo a idéia do Parede de Meia, entro na dança e sugiro ao excelentíssimo senhor bispo de Recife para me excomungar também. Dizer que sou apenas a favor do aborto da menina de nove anos grávida de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto não reflete todo o meu sentimento. A gravidez abala todas as estruturas de uma mulher de 30, como eu, e nem consigo imaginar o que é capaz de fazer com uma criança de nove que foi abusada pelo padrasto. Portanto me excomungue, seu bispo, porque se essa é a lei de Deus, prefiro a dos homens e principalmente a das mulheres.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ano novo

O meu ano novo começou com força total. Desde segunda que estou correndo feito a maluca que sempre fui antes de iniciar a carreira de mãe. Agora estou mais maluca ainda!!!!
E para completar, fui convidada a participar da seleção de um emprego que sempre sonhei. Era o meu grande sonho de jornalista. Mas agora que estou concorrendo à vaga estou com medo de me chamarem. Sei lá se quero voltar para redação, trabalhar sábado, domingo, feriados, viajar sem dia certo apra voltar. O meu lado jornalista vibra com tudo isso, e o meu lado mãe me pede para ir devagar...

domingo, 1 de março de 2009

Liberdade

Quando me formei, oito anos idos, fizemos um trabalho sobre a liberdade com mulheres da penitenciária feminina e monjas enclausuradas. Foram três meses em contato com essas mulheres que tanto que enriqueceram a alma. E no post anterior vi que remeti a uma delas.
O dia em que finalmente compreendi o que é perder a liberdade foi com a conversa com uma detenta:
- Aqui você tem informação de tudoo que acontece no mundo, recebe visitas, estuda, trabalha... Afinal, o que é liberdade, o que foi que você perdeu?
- Liberdade é ir ao supermercado, é ver novela com a minha mãe, é usar um vestido sexy.

...Ciência nenhuma, especialista nenhum explica isso melhor...