sábado, 31 de dezembro de 2011

Mais poesia


Um pouco de poesia e linguagem


Antes do nome

Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me
apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
(Poema de Adélia Prado)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011, o ano jaca!


Em 2011 troquei o salto alto pela botina. Acho que EPIs foram bastante bem vindos, já que sempre fui um risco ambulante.

No início do segundo semestre, minutos antes de uma coletiva do governador com o Eike Batista (para cuja empresa eu fazia assessoria), eu literalmente caí do salto, no meio da rua. Segurei e tremedeira, respirei fundo, e fui cumprir meu trabalho com o padrão de qualidade que ele merece. O salto era esse da foto, e até hoje está no canto do armário.

Esse tombo não foi o único momento jaca do ano. Caí outras vezes, feio, mas não no sentido literal. Em todos eles eu respirei fundo e segui, mas tive de ficar bem mais cautelosa.

A vantagem de ter um ano jaca é que a  gente sabe bem onde está o chão, aprende a usar EPI!!! E sabe que depois de cavar fundo, a gente fica bem perto de achar água limpa!!!!

E que venha 2012, com muita água mineral!!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ano velho

2011 foi um ano difícil. Denso, tenso, difícil demais.

Além disso, entra pra história como o ano em que o maridão virou doutor, que João Sallit veio alegrar o mundo (e o meu coração), e pequena lindamente cresceu e encantou mais.
Ainda é cedo para dizer, mas talvez a lição desse coelho foi, como diz a letra da Marisa Monte, "que vai chover quando o sol se cansar para que flores não faltem".

E que venha 2012, com a certeza de que a vida quer dar certo!




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Que descolorirá


E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Emprego novo

Segunda-feira começo no emprego novo.
Estranho voltar a ter crachá, chefe e plano de metas.
Mais estranho ainda - mas essa parte é só boa - é ter salário, tíquete, 13o, etc e tal.
Dei aulas na faculdade do início de 2006 ao final de 2009, mas vida de professora não é tão proletariado assim.
Meu último (e único) emprego mesmo, desses cheio de burocracia, foi na redação, trabalhando como repórter, mas acabou em janeiro de 2006. Saí principalmente porque não aguentava as péssimas condições trabalhistas.
Desde 2006 trabalho como prestadora de serviço, felizmente sempre pulando de um projeto a outro. Anos felizes, de novos desafios constantes, uma boa flexibilidade no horário e uma montanha russa nas finanças.
Agora, cinco anos e onze meses depois, volto a ter crachá, uniforme, líder, uma instituição para me dedicar, uma marca para defender. Tenho que me enquadrar de novo em regras alheias, e isso, neste momento, me parece mesmo muito estranho.
Aqui no peito bate uma felicidade tímida, tão diferente daquela que me encharcou quando consegui o primeiro emprego, justamente o jornal, que mudaria para sempre toda a minha vida.
Agora, 10 anos depois, a sensação é de escolha certa, é de paz, mas com menos euforia. Talvez com mais maturidade.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eduardo e Mônica ( ou eu e ele)

Roubei esse texto do Desilusões Perdidas, por total identificação.
Sou jornalista tal qual o maridão e, ainda que não tenhamos diferença de idade, já presenciados tudo que está descrito aí.


Eduardo e Mônica (versão para jornalistas)


Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo abriu o livro, mas não quis nem estudar
As teorias que os mestres deram
Enquanto a Mônica tomava um esporro do editor
No fechamento, como eles disseram.

Eduardo e Mônica um dia se trombaram sem querer
A fumaça tava forte, foi difícil de se ver
Um carinha da facul do Eduardo que disse
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Gente estranha, festa de jornalista
“Eu não tô legal, já fumei mais que devia”
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o mundinho que ele prometeu mudar
E o Eduardo, com larica, só pensava em ir pra casa
“A geladeira eu quero atacar”.

Eduardo e Mônica trocaram seus e-mails
Depois se escreveram e decidiram tuitar
O Eduardo sugeriu um call no Skype
Mas a Mônica queria ir pro Messenger teclar
Se encontraram ainda lá no tal de Orkut
A Mônica sem foto e o Eduardo sem cabelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina escrevia com um zelo.

Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ele tinha ilusão, ela sabia economês
Ela falava de finanças, cedebês e inflação
E ele ainda maltratava o português
Ela gostava do Basile, do Furtado
Do Marx, do Stiglitz, do Yunus e Cournot
E o Eduardo era um puta Zé Ruela
E vivia dia e noite vendo site pornô.

Ela falava coisas sobre a função social
Também de lead e do pescoção
E o Eduardo ainda tava no esquema
Adorno, cerveja, truco e Enecom.

E mesmo com tudo diferente
Veio mesmo de repente
Uma vontade de se ver
Os dois sonhavam transar todo dia
Só que dela a rotina era bem de foder (er-er).

Eduardo e Mônica estudaram locução, assessoria
Web, fotografia, pro CV melhorar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre fontes, off e formas de apurar.

Ele aprendeu a escrever, pegou o gosto por ler
E decidiu estagiar (não!)
E ela até chorou na primeira vez
Que ouviu a voz dele ir pro ar
E os dois já trabalharam juntos
E cobriram pautas juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que a vida foi malucamente bela
Por ter juntado os dois.

Construíram os seus blogs uns seis meses atrás
Logo após que os passaralhos vieram
Batalharam frilas, mendigaram geral
Por muito pouco o fiofó não deram.

Eduardo e Mônica viraram assessores
Levantaram uma grana, já fizeram prestação...
Só que a vida dura não vai acabar
Porque na agência tem perrengue e a mesma ralação.

E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Quando se escolhe essa profissão?
E quem irá dizer
Que não existe razão? 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Porvir

Desde que me lembro faço com a vida um jogo de porvir. Com habilidade geminiana, me lanço em coisas que - para quem olha de longe - pouco se parecem. E aí deixo a vida escolher. Por vezes, a vida escolheu mais de um, e eu fiquei de malabarista. Desta vez, no entanto, a vida não escolheu nada do que eu propus. Talvez ela queira que eu aprenda a me equilibrar no vazio.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A gente não quer só dinheiro

Tá bom, fui eu quem botou o meu currículo na Catho, com a intenção de atrair novos clientes para a Sensata. Mas, até agora, não foi exatamente isso o que aconteceu.
Ligaram na sexta-feira, chamando para uma conversa porque buscavam um consultor e gostaram muito do meu currículo. Eu sabia que a empresa era de seguro, até porque sou cliente deles, e até supus que estavam buscando novas ferramentas de comunicação para ajudar no relacionamento com os clientes. Afinal, faço doutorado em Linguística, tenho uma empresa de comunicação estratégica e uma sólida carreira construída até aqui. Mas não era isso.
Ontem, no final da tarde, foi a conversa. E foi surreal.
Falei um pouco de mim e ouvi:
- Você já pensou em atuar na área comercial?
- Não.
- Ótimo! É justamente pessoas como você que eu procuro. O que te levaria a mudar de área?
- Não consigo nem imaginar. Gosto do que faço, faço bem, e não busco outra profissão.
- Pois aqui quase todos deixaram a carreira de outras áreas para atuar na área comercial. Eu, por exemplo, sou engenheiro. Estou aqui há dez anos.
(...)
- Você concorda comigo que o seu ganho está aquém da sua formação. Na sua empresa, você cruza e corre pra área para bater pro gol. Aqui você pode ter uma carreira. Fazemos uma análise da sua atuação profissional até agora e, a partir dos dados, fazemos a previsão de como serão as suas vendas.
(...)
- Quero apenas te fazer um convite para conhecer a empresa. Amanhã haverá uma presentação de apenas um hora. Venha para nos conhecer. A partir daí, se quiser, participa do processo de seleção. É um processo rigoroso para escolher os nossos profissionais.
- Olha, estou chocada. Eu nunca imaginei ouvir essa proposta.
- Você vai se surpreender, tenho certeza.

Eu já estava surpresa. Surpresa com a estratégia, os argumentos, a convicção dele de aquele era o melhor lugar do mundo. Receber aquela proposta, para mim, era algo tão absurdo, tão distante do que trilhei para mim, que parecia normal.

Depois de tudo isso, só o Titãs.


Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...

domingo, 11 de setembro de 2011

Oração

Santa semana, por favor, por amor, por fé, por desejo, por necessidade, para me fazer acreditar,
seja uma boa menina e traga boas notícias
Amém

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Planeta Lixo

O Planeta Lixo está em nova plataforma.
O investimento que estamos fazendo vai mostrando sua força: apenas ontem, foram 1196 páginas visitadas!!!!
Visite e contribua, o lixo é assunto de todos nós.
www.planetalixo.com.br

domingo, 4 de setembro de 2011

Papo de mulher

Nos últimos dez anos, fiquei oito sem menstruar. Foram dois mirenas (diu com hormônio) e uma gravidez. Agora voltei ao mundo intenso das mulheres, muito pelo desejo de deixar o meu corpo livre.
Depois de tanto tempo, é inevitável notar (e comemorar) o grande avanço dos absorventes. Lembro bem as primeiras regras, ainda bem menina, e a terrível - ainda que comum - experiência de voltar para casa com a roupa suja. Anos depois chegaram absorventes mais finos, mais flexíveis, mais desenvolvidos. Agora vejo que não houve uma nova revolução, mas há avanços que trazem mais conforto. Ainda bem!!!
Foi muito bom o período sem menstruação. No início, tive um sentimento de liberdade, a certeza de que a diferença entre homens e mulheres estava por um fio. Foi bom, mas era o momento de voltar às raízes.
Hoje faço o caminho ao contrário. Quero viver os meus ciclos, quero recomeçar a cada mês, quero ouvir o meu corpo gritar que sou mulher, que as minhas semanas são diferentes, que a minha energia é empenhada organicamente para que eu seja assim. Quero comemorar o milagre que só as mulheres podem viver.

domingo, 14 de agosto de 2011

Fogo no Pasárgada


Hoje o fogo chegou bem diante dos nossos olhos, ouvidos e narinas. Sentados à beira da piscina do Pasárgada, acompanhávamos o fogo queimando a Serra do Rola Moça. Ouvíamos a madeira estalando, o barulha das aves que encheram as árvores de casa.

Tristeza.

O helicóptero do Corpo de Bombeiros tentava apagar as chamas. Na foto, a pequena mancha branca no ar é a água jogada pela aeronave.

Um trabalho duro, mas muito restrito. Um sentimento de incapacidade e de respeito às leis da natureza.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desmãe

Domingão no clube me deparei com uma cena no mínimo preocupante.

Um menino de 2 anos quis fazer xixi. A mãe não pediu a ele nem que virasse de lado. Ali mesmo, o pequeno ficou parado enquanto a mãe baixou a sunga, pegou o pintinho e segurou para a saída do xixi. O xixi caia no chão e respingava na mãe, que nem se moveu, muito menos redirecionou o jato pra lá.

Lições da cena para a criança:
  1. O mundo é seu, marque-o,
  2. Não é preciso autonomia nem mesmo para fazer o seu próprio xixi,
  3. Mãe é pra mijar.
Desculpe se pareço mal humorada, mas me preocupo com os futuros adultos que estamos formando.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tensão Pós Moderna

A segunda feira começa com a seguinte lista de afazeres:
- Fazer o plano de ações de um cliente,
- Terminar um relatório de um cliente importante,
- Reunir com um possível novo cliente,
- Voltar urgentemente para a dieta,
- E, antes de tudo isso, fazer sacolão.

E dizem que o problema das mulheres está nos hormônios...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mocinha

Minha pequena, com dois anos e onze meses, não usa mais fralda noturna!
:)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eu tenho vergonha do meu lixo

Eu tenho vergonha do meu lixo porque:
  • sei que tem gente que come o que acha no lixão,
  • sei que faz parte das minhas ações de cidadã cuidar do resíduo que produzo,
  • não faço coleta seletiva em casa,
  • o que descarto poderia ser renda de muitos outros.
Eu tenho orgulho por fazer alguma coisa para tentar mudar isso!!!!

www.projetoplanetalixo.wordpress.com


domingo, 26 de junho de 2011

Sessão nostalgia - Você é linda

Pequena agora diz que é a linda princesa. Quando está mais atacada, explica: hoje sou só princesa, porque sou muito brava! Ahã, entendi.

Tive a minha época de linda princesa, pelo menos 15 atrás. A música do Caetano, quem duvidaria, era perfeita para mim.

Os anos passaram, o senso crítico aumentou ficou proporcional à noção de realidade, e o tempo passou deixando marcas. A beleza mudou de conceito e a lindeza passou a ser algo a se admirar, lá.

Você É Linda

Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer

E diz


sábado, 18 de junho de 2011

Ser grande para não dar conta

Pequena, tal qual esta escriba, nunca aceita ajuda para as tarefas rotineiras: se veste, come, vai ao banheiro, sempre sozinha. E ai de mim se tento ajudar, pois logo escuto não, é eu!

Assim fui por muitos anos, exatos 30. Mas a maternidade me mostrou que é impossível fazer tudo sozinha. Por mais que estruture a vida para que eu e maridão façamos tudo, um dia chega uma gripe, noutro uma saudade de um boteco com o maridão, noutro um soninho à tarde, sem falar quando bate tudo isso ao mesmo tempo. E quem tem criança sabe que vida de mãe é full time.

Não quero uma babá - afinal já abolimos a escravidão - e não tenho uma rede de apoio para a vida de mãe. Logo vivo exausta, com muita saudade do maridão, torcendo para que eu nunca adoeça, e me perguntando se existe alguma saída pra tudo isso.


terça-feira, 14 de junho de 2011

Com a Barbie na garganta

Foi um sonho, mas diz muito da realidade.

Eu estava processando uma empresa, por questões trabalhistas, pois, em serviço, eu tinha engolido uma Barbie e ficara irremediavelmente rouca. Na audiência, os representantes da empresa mentiam e comecei a gritar. Mas a voz falhava e ninguém entendia o meu protesto. Tudo por causa da Barbie atravessada na garganta.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

32 primaveras

Deixo o I Ching falar por mim!

53. Desenvolvimento

DESENVOLVIMENTO.
A jovem é dada em casamento.
Boa fortuna! A perseverança é favorável.

Os acontecimentos que levam uma jovem a acompanhar um homem até o lar se desenvolvem lentamente. Várias formalidades devem ser cumpridas antes que se realize o casamento. Esse princípio de um desenvolvimento gradual pode ser aplicado também a outras circunstâncias, sempre que se trate de corretas relações de cooperação, como, por exemplo, ao se empregar um funcionário. Nesse caso também se deve deixar que o desenvolvimento siga o seu curso próprio. Uma ação precipitada não seria benéfica. Isso, enfim, é válido em relação a qualquer esforço para exercer influência sobre os outros. Para tanto, o importante é seguir o caminho correto, que é o do aprimoramento de sua própria personalidade. Nenhuma influência exercida por agitadores poderá ter efeitos duradouros. Em relação à vida interior, o desenvolvimento deve seguir o mesmo curso, caso se queiram alcançar resultados duradouros. A tranqüilidade interior deve exprimir-se exteriormente sob a forma de uma suavidade que sabe adaptar-se e que ao mesmo tempo é penetrante. O próprio caráter gradual do desenvolvimento torna necessária a perseverança, pois só ela poderá garantir-lhe a eficácia.

domingo, 29 de maio de 2011

Fluxo

A vida sempre entope e desentope, ou vem em ondas como diria Lulu Santos. às vezes fico agarrada, presa, com a fuça enfiada em algo - ruim - e tudo parece parar, esperando a resolução da pendenga para dar continuidade ao fluxo da vida.

As coisas aparentemente não têm nada a ver, pois uma é do trabalho, outra de saúde, outra do campo afetivo, outra é de ordem financeira... mas têm um EU comum no meio do caminho, e aí tudo se converge, se mistura, me entope

De repente, como mágica, uma coisa é resolvida e todo o resto, num balé, vai sendo resolvido. E a vida flui.

Amém.


Los dos parlantes afuera,
la música en el balcón
cayendo por la vereda
en sonoro borbotón.
Alguien me acerca un trago,
alguien me quiere hablar,
yo sólo quiero que mires
mientras te miro girar.

Llevás el cabello suelto
y sandalias en los pies,
tu vestidito violeta
cabe todo en una nuez.
Alguien me hace preguntas,
alguien me ofrece fumar,
a todo digo que sí
con tal de verte bailar.

Sólo quiero verte bailar
sólo quiero verte bailar
quisiera verte girando, girando,
mirándome mirar.

Soy aquel tipo callado
con aires de intelectual
que te mira de costado
sólo por disimular.
"gracias, pero no, no bailo,
quizás la próxima vez,
tengo torpes las rodillas
y tú veloces los pies"

Sólo quiero verte bailar
sólo quiero verte bailar
quisiera verte girando, girando,
mirándome mirar.

Porque bailas,
como quien respira,
con un antiguo don de fluir...
Bailas,
y parece tan fácil
como dejar el corazón latir..

Los dos parlantes afuera,
la música en el balcón
cayendo por la vereda
en sonoro borbotón..
"Los músicos no bailamos,
ya habrás oído decir,
gracias de todos modos
y gracias por insistir".

Sólo quiero verte bailar
sólo quiero verte bailar
quisiera verte girando, girando,
mirándome mirar.

Porque bailas,
como quien respira,
con un antiguo don de fluir.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Presentes da vida

Mulheres são sim competitivas entre si. Mas um amiga é presente raro da vida. E dos melhores.

Amo as primas, e toda a cumplicidade que construímos ao longo de todos os anos da minha vida. Hoje compartilhamos as vidas de mães, e seguindo nos entendendo com olhares, pequenos gestos, sutilezas milagrosas.

Tenho ainda amigas dos tempos de menina. Escolhas especiais. São poucas e fazem o meu coração bater forte. Amo demais.

Algumas chegaram há menos tempo, e nem por isso suas presenças são menos intensas. Surpresas deliciosas da vida.

Um brinde, ao amor!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Planeta Lixo

O lixo entrou na minha vida de forma sorrateira. Desde o início, vi que o tema era interessante. Logo, descobri que era intrigante. Hoje acho apaixonante. Tanto que é tema da minha tese - construção social do sentido do lixo urbano - e a partir de hoje único assunto do site Planeta Lixo feito pela equipe da Sensata.

O portal nasceu na minha cabeça enquanto assistia Lixo Extraordinário no cinema. Saquei a agenda e uma caneta e ali mesmo, no escurinho do cinema, fui tomando notas. Isso foi em janeiro. Hoje o site, ainda numa versão experimental, foi para o ar!

O objetivo é que ele seja usado em sala de aula, promovendo uma discussão ampla sobre o tema entre professores e alunos, e depois enviem suas reflexões, textos, fotos, seja lá o que for, para o portal.

O Planeta Lixo é motivo de orgulho e de esperança de fazer alguma coisa bacana nesse mundo.

domingo, 15 de maio de 2011

Bebês

Não é à toa que chamamos bebês de anjinhos. Os pequeninos, desde o anúncio de sua presença, transformam as pessoas, os lugares, os pensamentos. A barriga nem cresceu e a família já está se transformando para o novo integrante.

Mas o poder de anjo vai além. Ainda que pareçam tão indefesos, bebês têm vida própria, trajetória própria. O corpinho delicado esconde uma sabedoria que perdemos com o passar do tempo. Bebês são pura sensibilidade e sabem muito de cada ser que está perto deles.

Bebês têm também uma trajetória que é só deles. Da gestação aos primeiros meses de vida, eles decidem muitas coisas. Umas boas, outras tão tristes.

Bebês são pura magia nas nossas vidas. Bebês nos encantam, enfeitiçam, transformam, amolecem, endurecem, convidam a rir e a chorar. Sem dúvida, são anjos.

PS: Aos distantes, um esclarecimento - não estou grávida!

sábado, 7 de maio de 2011

Chegou!


Quarta-feira fui buscar o cachorro de depois da tese, o Bartolomeu, o nosso Bartô. Esse bulldog francês chegou desorganizando a casa, espantando uma nuvenzinha cinza que havia se instalado.

Bartô tem as orelhas grandes e atentas, os olhos expressivos e transborda amor. Também inspira cuidados, atenção e muita paciência. Uma boa metáfora de família.

Amanhã é Dia das Mães e espero que esse sentido seja o predominante nos próximos tempos. tal qual Lobo Mau, que todo mundo tenha orelhas grandes para ouvir melhor, olhos grandes para ver melhor e uma boca grande... bom, essa parte da história começa a ficar proibida para menores!

Que o dia das mães seja cheio de orelhudos pra todo mundo!!!!!!!

terça-feira, 3 de maio de 2011

(Des)Inferno astral

Oficialmente, pela lei do zodíaco, estou no inferno astral.
Mas acho que estou no (des)inferno astral.
O peso diminuindo, a empresa captando clientes, o maridão concluindo a tese, o cachorrinho chegando, pequena encantando.

Será que tive inferno astral precoce?!!!

sábado, 30 de abril de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Contrato de grego

Um contrato,
muitas viagens,
muito estresse,
uma cobrança imensurável,
um mega atraso no pagamento,
muito desgaste,
muitas dívidas,
muitos calmantes.
E uma pergunta.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Do fundo do baú

Baticum
Gilberto Gil - Chico Buarque/1989

Bia falou: ah, claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Ainda bem que Isa me arrumou
Um barco bom pra gente chegar lá
Lelê também foi e apreciou
O baticum lá na beira do mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca

Veio Mané da Consolação
Veio o Barão de lá do Ceará
Um professor falando alemão
Um avião veio do Canadá
Monsieur Dupont trouxe o dossier
E a Benetton topou patrocinar
A Sanyo garantiu o som
Do baticum lá na beira do mar
Aquela noite
Quem tava lá na praia viu
E quem não viu jamais verá
Mas se você quiser saber
A Warner gravou
E a Globo vai passar

Bia falou: ah, claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Isso é que é, Pepe se chegou
Pelé pintou, só que não quis ficar
O campeão da Fórmula 1
No baticum lá na beira do mar

Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Só tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca

Zeca pensou: antes que era bom
Mano cortou: brother, o que é que há
Foi a G.E. quem iluminou
E a MacIntosh entrou com o vatapá
O JB fez a crítica
E o cardeal deu ordem pra fechar
O Carrefour, digo, o baticum
Da Benetton, não, da beira do mar

sábado, 16 de abril de 2011

Perdas e ganhos

Estou quase completando 90 dias de dieta. Foram 7kg perdidos. Mas outras muitas coisas aconteceram neste período.

Decidir emagrecer é uma decisão que envolve uma série de outras. Decidir emagrecer é no mínimo se expor, é perder uma certa proteção do mundo, é conhecer-se, mover-se, concentrar-se em si mesmo.

No meu caso particular, o tempo de emagrecimento veio junto de uma série de outros acontecimentos desestruturantes. Nada grave. Mas o suficiente para desencadear (ou fechar) uma época de transformações.

Mais algumas semanas o emagrecimento será completado, assim como o tempo da transformação. Está quase.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O cachorro de depois da tese

Perdi a Volupeta em janeiro, e logo percebi que gosto demais de cachorro para viver sem um em casa. Comecei a pesquisar as raças e a comentar sobre o próximo bichinho com a pequena.

Só que o maridão está concluindo a tese e fui sutilmente aconselhada a não tocar no assunto de um novo cachorro nos próximos meses. Para desconversar com a pequena, eu disse que o cachorrinho ia demorar, pois ele só chegaria depois da tese do papai. Passaram semanas.

- Mamãe, o que você está fazendo?
- Estou olhando umas coisas para fazer uma festa. Vamos comemorar o aniversário da mamãe e a tese do papai.
- Oba! O nosso cachorro vai chegar para a festa!!!!!!

Juro que eu não tenho nada a ver com isso... ;)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A nossa turma

Uma das boas descoberta nesse um ano administrando a empresa é que a nossa turma existe e ela sempre aparece. Nesses pouco mais de 365 dias, aprendi que empresários, na sua maioria, não são amigos, que dinheiro nesse meio é algo que se sobrepõe sobre qualquer coisa (ou quase), e que parceria é uma palavra horripilante que normalmente quer dizer que você será explorado, vai trabalhar por menos.

Mas aprendi que sempre há quem comungue dos mesmos conceitos. Existem sim pessoas que não têm um cifrão nos óculos. Tem gente bacana de verdade.

Hoje foi um dia assim: cheio de gente bacana. Dia de descoberta de quem faz parte da nossa turma.

domingo, 10 de abril de 2011

Cansaço crônico

Tenho sentido a convicção de que nunca mais estarei minimamente descansada. Quero dormir dias seguidos, sem interrupção. E acordar depois do furacão. Vai passar, vai passar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sangue de repórter

Ontem não resisti ao chamado do meu sangue de repórter e fui para a Praça da Liberdade ver o povo. O resultado está nesse post do blog da Sensata.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Dicas de beleza da Barbie


Esse final de semana tomei um susto na livraria ao me deparar com o livro Dicas de beleza da Barbie. Perguntei à vendedora e ela disse que o livro é um sucesso, vende muito para crianças a partir de 5 anos.

Sinopse: O principal truque para ser linda é simples: ser feliz! Mas, se você quer mais algumas dicas, confira os testes e dicas da Barbie... E prepare-se para arrasar!

Dei uma olhada e não encontrei nada que não esteja na Caprichou ou Marie Claire e isso é o que me parece mais chocante. O livro dita às pequenas o que é um cabelo lindo, um cabelo seco e um cabelo oleoso, ensina a acertar o corte de acordo com o formato do rosto e assim vai.

Um crime contra a infância e contra as mulheres. Sou a favor de uma grande fogueira para queimar todos os exemplares em praça pública. Alguém sugere mais algum?

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os 5 elementos

Ando às voltas com os cinco elementos da medicina chinesa: terra, metal, água, madeira e fogo. Tenho tentado identificar as pessoas e assim, quem sabe, compreendê-las um pouco melhor.

O interesse nasceu de ver a aplicação no meu caso. Sou terra e passo por tratamento do elemento madeira, porque ele é quem me desequilibra.

Ainda estou engatinhando no assunto. Quem quiser saber mais, veja aqui. E como para mim tudo pode ser explicado com música, coloco aqui um exercício de dar uma música para cada elemento, fiel às características dos grupos.

5 elementos e as estações do ano


Terra – Verão prolongado

Flor de ir embora - Fátima Guedes

Flor de sentimento
Amadurecendo aos poucos a minha partida
Quando a flor abrir inteira
Muda a minha vida
Esperei o tempo certo
E lá vou eu


Metal – Outono

João e Maria - Chico Buarque

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês


Água - Inverno

Esperando aviões - Vander Lee

Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões


Madeira – Primavera

Senhas - Adriana Calcanhotto

Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas

O que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos


Fogo – Verão

Ciranda da bailarina - Chico Buarque

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

terça-feira, 22 de março de 2011

Caso Itaú - Desfecho

segunda-feira, 14 de março:
  • A operadora de telemarketing me contou que tenho uma conta no Itau, que o meu especial estava estourado e que o banco me propunha um parcelamento da conta.
  • Fui à agência próxima à minha casa e não puderam resolver o caso.
  • Fui à agência originária da conta. Na verdade, a origem era uma conta salário do Unibanco usada de setembro de 2005 a julho de 2006. A gerente disse que precisava ver o extrato desde 2006 para checar se a conta estava inativa e se negou a me dar qualquer comprovante, até mesmo um comprovante de que eu tinha a tal conta. Não de me deu cópia do pedido do extrato, nem declaração de que estive ali, nem nada.
  • Uma fera, reclamei no SAC do Itaú, mas também no Reclame Aqui, no blog (foram mais de 100 acessos!!!), no Facebook, e, principalmente, no Banco Central.
terça-feira, 15 de março:
  • Recebi um e-mail do Itaú respondendo ao Reclame Aqui, pedindo a gentileza de aguardar.

quarta-feira, 16 de março:
  • Recebi um telefonema de um atendente do Itaú, dizendo que era responsável por resolver o meu caso. Ele claramente respondia pela reclamação no BC, perguntou sobre o atendimento da agência, disse que a gerente se equivocou por não aceitar o meu pedido de encerramento de conta, e que eu voltasse na agência quando quisesse para pedir o encerramento. Afirmou que até segunda-feira me daria a solução para o caso.
sexta-feira, 18 de março:
  • Recebi um e-mail resposta do SAC do Itaú. (Ai, ai...)
segunda-feira, 21 de março:
  • A gerente da agência me ligou, dizendo que o extrato tinha chegado e me pedindo para ir à agência.
terça-feira, 22 de março:
  • Não deu para eu ir à agência e a gerente me ligou, dizendo que o dinheiro já foi estornado e que está tudo pronto para o encerramento da conta. Basta assinar o papel na agência.

Santo protetor dos consumidores, orai por nós. Que assim seja, amém!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Preto Velho

No sábado, para entrar com o pé direito no Ano Novo (que começou depois do carnaval) fui à sessão de preto velho. O Nego, como é de costume, foi direto ao assunto e me confortou com suas palavras. Em resumo:

- Você está no caminho certo, minha fia, e tudo vai se ajeitar.

Se o Nego falou, quem sou eu pra duvidar.

Ano Novo

O ano realmente começou na semana passada. Após semanas de marasmo, desde a segunda-feira pós-carnaval tudo voltou a ser como antes. Em outras palavras, os clientes voltaram a ligar desesperados, querendo tudo para amanhã.

Bom, eu sempre soube que a combinação comunicação e consultoria gera adrenalina.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Novas roupas velhas

Ontem me diverti redescobrindo as minhas roupas. No domingo havia feito uma limpa no armário e fiquei com pouco mais das peças antigas. Tudo quanto era roupa de gordinha foi embora.

As peças agora estão um tanto quanto desconexas, pois representam diferentes épocas e pesos, mas tenho orgulho por caber em cada uma delas.

Mais uns quatro meses e terei de apertar tudo.

:)))))

segunda-feira, 14 de março de 2011

Caso Itaú - Consumidor sofre

Hoje pela manhã me ligou uma moça de telemarketing:
- Bom dia senhora Isadora, entro em contato porque o Itaú está oferecendo um parcelamento para a sua dívida.
- Como é? Eu não tenho nada com o Banco Itaú.
- A senhora tem uma conta corrente.
- Não tenho.
- Tem. A senhora tinha uma conta no Unibanco.
- Eu tive uma conta-salário no Unibanco em 2005 que foi extinta.
- Não foi, senhora, e agora há uma dívida de R$371.
- Eu não tenho conta no Itaú e muito menos uma dívida com o Itaú. Com quem eu converso para resolver isso?
- A senhora tem que se dirigir a uma agência.
- Qualquer agência?
- Sim, senhora.

Fui à agência próxima da minha casa. A primeira gerente não podia resolver o caso e me passou para a segunda gerente.
- Como a sua conta de origem não é nesta agência, não tem como eu resolver o caso. Você tem que ir na agência da rua Espírito Santo e conversar com o gerente de lá.

Peguei o taxi e fui.
A gerente me atendeu e confirmou que a minha conta-salário não foi encerrada à época e que, caso o extrato aponte apenas taxas, ela pode fazer o estorno e cancelar a conta.
- Quanto tempo leva para chegar esse extrato?
- Pelo menos 10 dias.
Enquanto ela falava, fui escrevendo o relato. Quando ela terminou, pedi que desse um visto no relato.
- Não posso assinar.
- Quem pode?
- Ninguém.
- Você pode me dar um comprovante de que eu estive aqui para tentar resolver a situação?
- Não.
- Você pode me dar uma cópia da solicitação deste extrato?
- Não.
- Como eu vou ter garantia de que o me diz é verdade?
- É o procedimento do banco.
- Mas você pode me dar alguma coisa concreta?
- Não.

A novela continua...

sábado, 12 de março de 2011

Faz de conta de verdade

Questões de gênero

- Mamãe, a Carol vai casar com a Quequel (são as bonecas da pequena)
- Eu não quero calcinha, eu quero usar cueca (e a cueca tem o Sherek, muito mais bacana que as calcinhas cor de rosa)
- Menino não usa esmalte.


E assim vai a pequena, vivenciando questões de gênero à medida que a vida se apresenta. Cuido para conter os meus preconceitos e para deixá-la livre para provar o que lhe vier, construindo um mundo melhor.

Exercício em casa

Confesso que fazer atividade física nunca foi a minha praia, mas chega um momento na vida em que não temos mais escolha. Eu pelo menos não: ou malho ou fico gorducha.

O pique já consegui, mas ajustar a rotina é um desafio complicado. Quem tem filho pequeno sabe a manobra que é sair de casa nos horários que normalmente são hora de ser mãe. E talvez saiba o que é ser acordado às 5h30 para fazer dedera e ir para sala ver desenho.

Bom, achei uma solução para tudo isso, por mais que escute de todos que em breve terei um trambolho na sala. Comprei esse treco na Polishop e tem resolvido bem. Todos os dias, por 45 minutos, malho, suo e queimo umas 400 calorias.

A propósito, desde janeiro perdi uns 5kg. :)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Folia

Meus Deus, como andava chato esse blog...
As novidades são poucas, mas o bom humor voltou para ficar!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Obesidade, a minha doença

Em janeiro fui a um médico que anunciou:
- Você ainda não é obesa, mas chegará lá. Enquanto você for do tipo de gente que fica parada vendo a vida passar, o seu peso aumenta e a obesidade vai chegar.
O sermão foi longo e maior ainda a antipatia que fiquei do sujeito.

Estou num programa de emagrecimento há um mês, numa clínica especializada (não por causa do médico grosso, que fique claro). Sei que esta é apenas mais uma batalha na minha guerra contra a balança e que certamente não será a última, já que meu metabolismo não é muito bacana e isso só vai piorar com o passar dos anos. Mesmo assim, mais uma vez arregacei as mangas e estou na luta. E isso não é fácil, nem simples, muito menos sem consequências.

Não vou entrar nos detalhes da minha vida, nem do funcionamento do meu organismo, mas queria listar algumas coisas pouco ortodoxas, que parecem papo de gorda, mas são verdades para mim.

- Perda de peso não é uma simples matemática (o que você come - o que você gasta = o quanto você emagrece ou engorda). Há aí outros fatores que catalisam essa equação, como o quanto estou feliz, estressada, sem dormir, relaxada. Em outras palavras, essa matemática funciona em organismos equilibrados. Quando estou desequilibrada emocionalmente sou sim capaz de reações incríveis no meu corpo e uma delas é a impossibilidade de perder peso.

- Há momentos na vida em que precisamos reunir forças e uma consequência pode ser o acúmulo de peso (ou força, o que dá mesmo na Física). Isso não é sinal de desleixo, ou preguiça, e sim de foco em algo que precisa ser resolvido.

- Assumir a obesidade deve ser um alívio e não uma pressão. Quem tem problema com a balança vai viver essa realidade a vida inteira. Sendo assim, pra que sofrer por causa do jeans 38? Encontrar o seu equilíbrio e cuidar para se manter na sua meta me parece mais plausível que buscar o que dizem por aí.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Surrealismo cotidiano

No consultório médico, para avaliar os primeiros 20 dias de tratamento para emagrecer.
- E aí, como você está se sentindo?
- Ótima, tirando o meu instinto assassino.
- Tem ficado irritada?
- Não, com desejo de matar um. Além de médicos, aqui na clínica tem advogado criminal?
- (Sorriso sem graça) ... A dieta como vai?
- Ótima. Minha boca está amargando e acho tudo horrível.
- Você parece um pouco irritada mesmo. Vou receitar um ansiolítico.
- Não vou tomar.
- Acho que deveria, para garantir um bom convívio na sua família.
- Prefiro evitar.
- Leva a receita, melhor tomar...


A expressão dela era de preocupação. Talvez eu esteja mesmo levemente irritada...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Paródia do lobo mau

Noite longa. A pequena numa pirraça sem fim para ir para a nossa cama (ficou mal acostumada com os dias de febre) e enquanto ela chorava eu só pensava no lobo mau e os três porquinhos:

- Eu vou chorar, chorar, chorar, e a sua paz derrubar!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Dia seguinte

E no outro dia você perde 700gr, um outro cliente resolve te pagar, a sua filha melhora e os ânimos voltam ao normal.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

PQP

E um dia você acorda gorda, com o corpo sem responder à mega dieta, exercícios e medicamentos, sem dinheiro, com um cano de cliente e mil impostos para pagar, sem condições financeiras, de tempo e afetivas para continuar o doutorado, com a filha febril por causa de um molar, e, claro, com um mau humor irreparável.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dieta

Eu tinha me esquecido como fazer dieta hard é coisa de maluco. Estou perdendo peso, mas isso ocupa praticamente todo o meu dia. Mesmo quando não estou pensando em calorias, estou me sentindo fraca e com um mau humor do cão. Afff.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Panela de pressão

Eu na segunda semana de uma dieta rigorosa, maridão fazendo a tese e pequena sem bico há 24 horas. #serialkillerfeelings

sábado, 29 de janeiro de 2011

Fim do bico

Hoje pequena trocou o bico por uma boneca numa loja de brinquedos. A conversa sobre esse dia vinha acontecendo há meses, e há algum tempo ela começou a concordar com a ideia. Hoje estávamos no shopping, perguntamos se ela queria comprar um brinquedo com o bico - sabendo que seria uma troca definitiva - e ela concordou. Saiu pela loja procurando o brinquedo.

Torci para que fosse como aconteceu com o filho de uma prima, que escolheu um brinquedo de R$18, mas não tivemos essa sorte. Pequena escolheu uma boneca de R$150, batizada de Bibi. No momento em que entregou o bico para a vendedora, senti que quis titubear, mas incentivamos e a troca foi feita. Confesso que por um segundo quase chorei, por ver que aquele ato traria consequências e que ela estava diante de um passo de crescimento.

Imagino que teremos algumas noites longas, mas era preciso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade

- Mamãe, a chichiu (apelido carinhoso da Volúpia) foi morar no céu e eu estou com saudade dela.
Respirei fundo, segurei para não chorar e tentei compreender a grande interrogação misturada com afeto nos sentimentos da pequena.
- Eu também, meu amor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Paraíso


Dez dias em Pipa com maridão, pequena, minha mãe e o namorado, meu irmão e afamília, e me sinto pronta para o mundo outra vez. Também, com essa paisagem da varanda, não havia como ser diferente!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Olhos de menino

Os olhos eram negros e diziam muito. Muito mais que os lábios do menino. Era o 11º de 14 irmãos. A mãe carregava no ventre mais dois rebentos. Moravam no sertão nordestino, vizinhos da seca, filhos da miséria. Os olhos falavam da fome ao mesmo tempo em que apresentavam a curiosidade do menino.

A rotina da família às vezes era quebrada pela visita do padre. O jesuíta levava palavras bonitas que de alguma forma confortavam a mãe, orientavam o pai e enchiam de histórias os olhos do menino.

Um dia o menino dos olhos bateu à porta do padre. Levava nas mãos um presente: um preá caçado por ele. Os irmãos conseguiram mais um, que seria a janta da família e aquele, o mais graúdo, era para o padre. Era a forma de dizer que gostava da sua presença. O padre sabia disso e sabia da importância do gesto. Havia visto tudo nos olhos do menino.

Mas os olhos do padre viram o preá. Ele argumentou que não podia aceitar o presente, pois eram muitos para comer na casa do menino. Argumentou, disfarçou, mudou de assunto. Os olhos do menino estavam fixos. O padre entrou em casa, se voltou para os afazeres. Quando voltou à porta, os olhos estavam baixos e, mais embaixo, o preá.

- Eu só volto para casa quando o senhor aceitar o meu presente.

A sabedoria do padre, que fazia com que as palavras tocassem as pessoas, vinha de uma história de vida que começara no amor da família, também do sertão, e passara por muitos livros, por estudo no exterior, por debates com outros humanistas. O padre estava ali para compartilhar o conhecimento e aprender com os moradores, com as tradições, com as histórias regadas pela miséria. Estava ali para aprender o que não estava em nenhum livro.

- Obrigado, meu filho.

O padre pegou o preá, disfarçando o asco que a caça lhe provocava, e entregou ao menino um saco de feijão, como agradecimento. Os olhos do menino sorriram e ele voltou para casa feliz, correndo, como costumam fazer os meninos.

Em casa, o padre olhou para o roedor e viu toda a sua sabedoria ameaçada. Por mais que se esforçasse, tudo o que via em suas mãos era aquele primo pouco distante dos ratos, e não podia conceber a idéia de comer algo tão asqueroso. Chamou os colegas e os quatro jesuítas se reuniram na cozinha, diante do inesperado presente.

- Joga fora.

- Devolve para a mãe.

Não dava mais tempo. O preá estava dentro da casa. A miséria e a doçura haviam invadido os livros e confundido os escritos. Os olhos do menino estavam cravados no coração de cada um deles.

- Amanhã, vamos comer o preá.

E comeram. Bem temperado, com farinha. O gosto nenhum deles sabe dizer como é. Um sabor insosso. Difícil de engolir.

Adeus, Volúpia!

Há uma semana estou na praia. Essa noite, sonhei com a Volúpia, minha cadela cocker de 15 anos. Ela corria pela praia, feliz, livre da fraqueza que o tumor na mama trouxe nos últimos meses. Acordei pensando nela, mas com uma sensação de que estava bem.

Bem cedo meu pai ligou (ela estava na casa dele) dizendo que Volupanda morreu esta noite, deitadinha na cama. Morreu velhinha, depois de uma vida bem vivida e de compartilhar comigo uma história de amor.

Descansa, minha preta.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Aviso aos motoristas

No dia 23 de dezembro, lá ia eu pela Savassi, no carro do maridão. Na rua Sergipe, em frente ao Redentor, enquanto eu virava à direita um carro forte bateu na minha lateral traseira. Um homem gentil desceu, fez cara de "ai" quando viu o meu parachoque no chão e a listra amarela na minha lateral, e disse que não poderia fazer o BO naquele momento porque estava com o carro cheio. Argumentei que poderia esperar para ir com ele na hora na marcada, mas disse que era impossível. Aí fui sozinha.

Quando cheguei ao posto da civil no Detran, o distinto senhor já havia feito a ocorrência, alegando que estava parado e que eu, com meus super poderes especiais, bati a minha traseira na dianteira dele enquanto andava para a frente.

Liguei para a Prosegur e eles disseram que entrariam em contato com a seguradora deles. Maridão foi lá conversar e disseram, com todas as letras, que a seguradora decidiria quem era o responsável e quem se sentisse lesado que entrasse na Justiça. Dois dias depois ligaram, lamentando, pois a seguradora não pagaria o dano. Cara de pau não tem limites.

Ainda este mês entro na Justiça.

Aprendizados:
1. Nunca confie em motoristas de carros institucionais
2. Sempre fotografe a batida
3. Agarre na marra uma testemunha (ninguém se oferece)

Inaugurando


Inaugurando o ano e a máquina nova.

Primeiro vale o registro do estresse que foi comprar a maquininha. Achei um site na internet com bom preço e nenhuma reclamação nos sites especializados. Mas o nome era de matar: Detonashop com uma bomba no desenho da logo. Comprei porque era via sedex a cobrar e não tinha que dar nenhum número de cartão ou algo parecido e pagar no Correio, em cash, quando o produto chegasse. Confesso que foram minutos muitos tensos entre o aviso de chegada do correio e a abertura do pacote. E se for um cacho de bananas?!?! Mas felizmente era a máquina, inteira, nova, e até com garantia.

Agora estou redescobrindo o gosto pela fotografia. Amo brincar com formas e luzes.